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quarta-feira, 30 de abril de 2014

Ilha de Páscoa, a viagem dos meus sonhos!

Você conhece alguém que já esteve na Ilha de Páscoa? Se sua resposta foi negativa, não se preocupe porque agora você conhece! Euzinha!! Isso mesmo! Hsss

Imagem: Arquivo Pessoal {SA}

Já disse por aqui que meu lema de vida é: "Conhecer o mundo antes de deixá-lo!". Para quem assiste Amaury Jr, sabe do que estou falando. Trabalhar é muito bom, mas de vez em quando gastar o dim-dim que ganhamos com coisas importantes para nós é fundamental! E é por isso que fiz minha malinha e me mandei para esse paraíso repleto de estatuetas de pedra e uma história incrível!

Onde fica?
A Ilha de Páscoa fica no hemisfério sul de nosso planeta, foi formada pela erupção de 3 vulcões e está situada nas águas geladas do Oceano Pacífico. É uma das 3 ilhas polinésicas; porém após acordos governamentais, o território está sob domínio chileno e tem área total de 166Km2 (quase a mesma área de nossa Ilha Grande).

Imagem: www.oocities.org 

A paradisíaca ilha fica a exatos 3.765Km a noroeste de Santiago e tem como capital Hanga Hoa. Só se chega lá de avião (Aeroporto de Mataveri), após 6 horas de vôo, e possui apenas cerca de 3.800 habitantes. É o lugar habitado mais isolado no mundo. Isso mesmo!!

Imagem: Arquivo Pessoal {SA}

Foi irresistível não registrar essas placas. Estar tão perto do Tahiti me deixou muito tentada a esticar um pouquinho minha viagem. Hsss

O que fazer por lá?
Indiscutivelmente... ver os onipresentes e surpreendentes Moais (quase 900); além das muitas surpresas que a ilha oferece!! Veja só...

1. Iglesia Sagrado Corazón
Localizada na avenida principal de Hanga Hoa, é uma construção simples (interna e externamente), mas muito intrigante devido as inscrições rapa nui que adornam sua fachada.

Imagem: Arquivo Pessoal {SA}

Aos Domingos a cidade inteira se reúne para a missa lindamente celebrada nos idiomas rapa nui e espanhol e pontuada com cânticos nitidamente polinésios. Te digo que dá para acompanhar o 'Pai Nosso' mesmo lá. Adorei estar lá naquele dia!!

2. Mercado Artesanal
Não pense em encontrar shoppings e lojas por lá, mas dá para trazer seus souvenirs sem problemas dando uma passadinha em um dos 2 mercados artesanais existentes. O principal fica ao lado da igreja e o outro, que também vende frutas e verduras, fica próximo ao mercadinho principal.

Imagem: Arquivo Pessoal {SA}

Ambos possuem objetos típicos, geralmente feitos em pedra, penas ou talhados em madeira. Certamente você se encantará por algum deles.

3. Complexo Ahu Tahai
Situado próximo ao cemitério, Ahu Tahai, é o mais notável sítio arqueológico e praticamente dentro da vila, podendo ser percorrido a pé numa boa caminhada. Trata-se de um complexo com 3 abus (plataformas de pedra) restauradas entre as décadas de 60 e 70.

Imagem: Arquivo Pessoal {SA}

A plataforma central apresenta um único moai que dá nome ao complexo (foto acima). Ao norte desta fica o moai Ahu Ko Te Riku (foto abaixo) que teve seu pukao (topete) restaurado e olhos de cerâmica (que originariamente eram de corais).

Meu registro mais significativo da viagem... Sou brasileira em qq lugar!!!

Já ao sul, temos a plataforma Ahu Vai Ure, que é coroada por cinco grandes estatuetas (foto abaixo).

Imagem: Arquivo Pessoal {SA}

4. Vulcão Rano Kau
A 5Km da vila, este complexo faz parte de um parque nacional e possui a cratera de vulcão mais fenomenal da ilha!!! As águas de seu interior com suas bordas irregulares, o azul profundo do Pacífico e o horizonte em curva ao fundo foi a imagem mais impressionante para mim!!

Imagem: Arquivo Pessoal {SA}

No lado sudoeste da cratera uma outra experiência surpreendente se revela, a vila cerimonial de Orongo. Um complexo de 53 casas associadas à seita do Homem-Pássaro (um tipo de governador) nos séculos 18 e 19.

Imagem: Arquivo Pessoal {SA}

5. Sítio Ahu Vinapu
Este sítio fica a cerca de 4Km de Rano Kau e é tido como a prova da influência sul americana na ilha devido seus penedos terem as pedras ajustadas tão perfeitamente que lembram as construções incas no Peru. Esse é o único sítio que possui penedos ajustados dessa forma.

Imagem: Arquivo Pessoal {SA}

Nesse sítio também são encontrados fósseis de palmeiras que provam a existência de um núcleo habitacional mantido na ilha em aproximadamente 1.300 d.C. Indícios mostram que as árvores foram extintas por completo no ápice da vida na ilha para subsistência dos nativos.

6. Sítio Ahu Akivi
A 6Km da vila e com 7 moais em pé, restaurados em 1960, Ahu Akivi é uma das poucas plataformas no interior da ilha, visto que a grande maioria se encontra junto a costa e ao contrário da grande maioria suas estatuetas estão voltadas para o mar. É a grande curiosidade da ilha, mas ninguém sabe ao certo explicar.

Imagem: Arquivo Pessoal {SA}

7. Caverna Ana Te Pahu
Próximo a Ahu Akivi, esta caverna é um verdadeiro jardim subterrâneo! Diferentemente de hoje, em que tudo vem do continente, antigamente os ilhéus plantavam, mas devido ao terreno poroso (que não retém água) e aos fortes ventos que circular a ilha, nada vingava muito bem.

Imagem: Arquivo Pessoal {SA}

Originadas por serem canais de lavas para o mar possuíam água, iluminação e ventilação na medida certa, criando um micro-clima perfeito para a agricultura. Nelas ainda pode-se ver bananas e uvas crescendo.

8. Playa Anakena
Distante 16 Km a nordeste da vila, para encanto dos olhos, vislumbra-se a única praia com faixa de areia em toda ilha. Com areia fina e claríssima, águas azuis cristalinas e palmeiras (importadas do Tahiti) tem-se o mais lindo cartão postal da ilha!!

Imagem: Arquivo Pessoal {SA}

Anakena é o lugar onde chegaram os primeiros polinésios e lá se encontra o Ahu Nau Nau, uma grande plataforma com 7 moais (sendo 4 com pukaos) restaurados em 1979.

Imagem: Arquivo Pessoal {SA}

Nesta mesma área também há uma outra plataforma chamada Ahu Ature Huki, onde existe um único e isolado moai.

9. Vulcão Rano Raraku
Este é o Grande Rano (vulcão) existente na ilha e aqui, na borda sudeste de sua cratera, fica o maior e mais surpreendente espetáculo... a grande Oficina!!!

Imagem: Arquivo Pessoal {SA}

É nessa montanha que são encontradas a maior concentração de estatuetas de pedra que datam de 1.000 d.C e ao longo de seis séculos, devido a redução de alimentos foram ficando cada vez mais altos e pesados para agradar as divindades.

Imagem: Arquivo Pessoal {SA}

A maior parte das estatuetas existentes nessa "oficina" estão parcialmente enterradas ou ainda em fase de execução, presas à montanha. É maravilhoso tudo o que se vê nessa área.

10. Península Poike
A península fica no lado nordeste da ilha, dista 21Km da vila e possui mesmo nome do vulcão que a forma. É o ponto mais alto da ilha e parte dele, atualmente, se encontra fechado devido as escavações arqueológicas realizadas.

Imagem: Arquivo Pessoal {SA}

O mais notável deste sítio é a plataforma Ahu Tongariki, uma plataforma gigantesca, já restaurada, com 15 moais.

Imagem: Arquivo Pessoal {SA}

11. Museu Antropológico
E por último, mas não menos importante, localizado a uma caminhada de 20 minutos da vila, o museu fundado em 1973 tem o nome do padre capuchinho Sebastián Englert (1888-1969), que colocou a ilha no mapa mundi.

Imagem: Arquivo Pessoal {SA}

Nele é possível entender o processo de evolução geológica da ilha, bem como seu ápice e declínio antropológico com a derrubada dos moais no século 18. As mostras se concentram na navegação e migração transpacíficas e nos artefatos icônicos rapa nui, numa didática e interessante aula em murais, ou seja, vale uma visita!!

Quando visitar?
A melhor época para visitar a ilha é Março, pois nessa época o clima não está quente demais e quase não chove, mas se você quer agito, vá no fim de Janeiro que é quando acontece o Festival Tapati. O festival de música e cultura local onde originalmente era escolhida a rainha e o rei (o Homem-Pássaro) da ilha.

Como Circular?
Não se preocupe! A capital, mais parece uma vila e andar a pé é a melhor coisa a se fazer, exceto se você for visitar o vulcão Hano Kau ou a Praia de Anakena que exigem uma caminhada maior. Até existem táxis, mas.... são pouquíssimos e os carros... são velhos, pois novos modelos precisam chegar do continente. Também é comum os nativos oferecerem caronas.

Como Chegar?
Quando fui (Mar/12) a única companhia aérea que operava vôos do Brasil para a ilha era a LANChile, hoje com a fusão da companhia com a TAM você chega lá pela LATAM. Ahh, todo vôo possui escala em Santiago (Chile) ou Lima (Peru).

Onde ficar?
Eu fiquei no Hotel O'Tai que dispões de 41 acomodações, piscina externa, café da manhã, TV e frigobar no quarto. A diária custou em torno de R$350,00, mas valeu. Um mimo do hotel é que na chegada ao aeroporto fui recebida com colares de flores naturais e todos os dias havia flores no quarto.

Imagem: Arquivo Pessoal {SA}

Onde comer?
Não há muitas opções nas ruas. Caso você não queira fazer todas as refeições em seu hotel, minhas sugestões são 2. A 1a sugestão é o restaurante La Kaleta que fica bem no centrão. Com vista para as águas do pacífico serve um arroz com lagostas ma-ra-vi-lho-so.

Imagem: Arquivo Pessoal {SA}

A 2a sugestão é o Te Ra'ai da brasileiríssima e simpaticíssima Maria que serve a legítima culinária Rapa Nui em noites ambientadas em rituais locais com direito a pinturas corporais, flores nos cabelos, danças tribais e comida cozida no chão envolta em folhas de bananeiras.

Imagem: Arquivo Pessoal {SA}

Dicas espertas!
A ilha encontra-se sob domínio chileno, ou seja, Mercosul; por isso, para entrar não é necessário visto, apenas passaporte válido por seis meses a partir da data da viagem ou RG emitido a menos de 10 anos.

O idioma nativo é o Rapa Nui e o oficial é o espanhol, mas você pode arriscar seu francês ou inglês que alguém te entenderá.

A moeda local é o Peso Chileno (PCh); assim, na época de minha viagem (Mar/12) R$1,00 comprava aproximadamente PCh$263,00. Ahhh, troque dinheiro antes, pois não há casa de câmbio na ilha e a cotação local é sempre péssima para nós.

O fuso horário é tranqüilo, apenas 2 horas a menos em relação a Brasília. O dia começa tarde, por volta das 9h, mas tudo pára entre 14 e 17h, horário da siesta e acaba, por volta das 22h, quando tudo fecha.

Não é necessário levar salto alto e evite os tênis branquinhos, pois o ilha é predominantemente vulcânica, ou seja, terra preta e avermelhada que mancha tudo. Prefira sapatos resistentes e preferivelmente fechados.

Ter uma lanterna pequena na mochila é fundamental para os passeios ao entardecer, pois a iluminação urbana, quando há, é bem fraquinha. Hsssss

Ahhh, filtro solar 50 é obrigatório, pois na ilha a incidência de raios UV é altíssima. Óculos de Sol, boné e uma garrafinha d'água também são itens fundamentais na mochila dos passeios.

Curiosidades!!
1. A ilha possui uma única praia com faixa de areia e distante do centro, pois seus habitantes não querem que a ilha se transforme num roteiro de verão e surf como o Hawaii.

Imagem: Arquivo Pessoal {SA}

Para quem não quer fazer o longo caminho que leva à Praia de Anakena, vale um mergulho no centro da cidade, mas lembre-se que são águas bem geladas.

Imagem: Arquivo Pessoal {SA}

2. A ilha é o ponto habitado mais isolado do planeta e por estar quase que no meio de um dos oceanos é considerado o Ahu Te Pito Kura, traduzindo, "Umbigo do Mundo".

Imagem: Arquivo Pessoal {SA}

Nesse ponto é bacanérrimo ver o funcionamento das búsolas. Por estar num ponto geográfico e magnético centralizado do planeta o equipamento fica maluquinho, mas se você afastá-lo ligeiramente, ele funciona perfeitamente. É muito curioso.

Imagem: Arquivo Pessoal {SA}

3. Existem na ilha quase 900 estatuetas espalhadas dentro e fora d'água e passaram a ser erguidas a partir de rituais fúnebres de líderes e mediam cerca de 0,5m de altura, mas com o passar dos anos as estátuas passaram a ser erguidas mais altas, mais pesadas e ornadas demonstrando status e poder de suas diversas aldeias e líderes.

Imagem: www.atahtiamat.com.br 

4. As estatuetas também são encontradas dentro d'água e as águas cristalinas do litora são especiais para os mergulhos. Com máscara ou com cilíndro vale muito a pena!! Por estar resfriada eu não mergulhei, mas quem fez recomendou.

Imagem: www.terramundi.com.br 


Bem, como vocês podem ver, eu continuo inebriada pelas lembranças gostosas dessa viagem inesquecível e quanto mais vejo as fotos, mais quero revê-las. É por isso que resolvi compartilhar esse momento com vocês nesse último dia do mês de Abril que é um mês bem meu. Hssssss

Essa viagem inaugura mais uma 'coluna' do meu bloguito, o marcador 'Destinos da Anna'. Nessa coluna apresentarei viagens legais e interessantes que fiz com o diferencial de compartilhar dicas, imagens e experiências que vi, vivi e senti. É o marcador 'Viagens da Anna' explorado em detalhes, pq viagem você vai, mas destino... você explora!!

E aí, deu vontade de conhecer esse verdadeiro paraíso?? Então simbora lá!!!
Procure seu agente de viagens e programe-se para as próximas férias. Se você é aventureira como eu... vai adorar esse destino!!!

Bjokas e um feriadão gostoso para tds nós. ;D

Tchau Abril!! 
Que meu novo ano seja lindo!!

;D

2 comentários:

Neli Rodrigues disse...

Realmente, fiquei com vontade de conhecer.
Post maravilhoso, super dicas.
Bjs

Ana Maria ( Jeito de Casa ) disse...

oi Anna, meu marido tem vontade de colocar o pé no mundo, eu já sou maia arraigada, ahaha
Mas os compromissos com os filhos, o trabalho, não deixam tempo para viajarmos como desejamos e esse é um dos motivos da nossa mudança de casa pra apê, preparar o furo pra termos mais liberdade com os filhos crescidos.
Linda sua viagem, lugar incrível e muito inteligente eles protegerem as praias.

bjo bjo, aprovadíssima sua nova tag, tens muito pra mostrar!